terça-feira, 1 de maio de 2007

O Cemitério do Varejo

Nenhum outro segmento no Brasil mata mais marcas do que o varejo. A lista de marcas mortas nestas últimas décadas é enorme. Algumas ainda estão empoeiradas em nossa memória. JH Santos, Hermes Macedo, Incosul, Mesbla, Soberana dos Móveis, Arapuã, Disapel. Algumas delas foram grandes redes do varejo. Algumas foram redes poderosas com centenas de lojas. A Arapuã chegou a ter mais de 400 no Brasil. O que elas tem em comum é que todas foram grandes marcas e, todas, passaram.

Se você tem mais de 30 anos deve lembrar de quase todas elas. Eu lembro muito bem. Mas, você como eu deve ter grande dificuldade em dizer o que cada uma significava. Significava alguma coisa pra você? Alguma marcou sua vida?

Isso é interessante. A gente lembra da marca, mas não do significado. A gente lembra que eram redes de varejo, lembra que eram marcas conhecidas, lembra que talvez tenha comprado numa ou noutra, lembra que anunciavam na TV, mas nada do que elas significavam. Isso é como recordar o passado e lembrar de antigos conhecidos que às vezes são resgatados da memória. Lembramos deles, mas nem sabemos o porquê. Gente que convivemos, mas que não construímos nada, que não estabelecemos nenhum vínculo. Gente que foi apenas conhecida sem nenhum significado especial.

Marcas são assim, umas conquistam a gente outras viram apenas conhecidas. Algumas passam a fazer parte das nossas vidas, ajudam a contar nossos melhores momentos, dão significado para nossas histórias. Outras, apenas ocupam espaço na memória.

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