domingo, 27 de maio de 2007

Quanto mais tecnologia, mais misticismo

Quanto mais tecnológica a sociedade, mais necessidade de cultuar aquilo que não podemos racionalizar, medir, aquilo que foge do mundo real, aquilo que não podemos compreender muito bem, o diferente, o místico. Este é mais um paradoxo.

Nunca se comprou tanta tecnologia e ao mesmo tempo nunca se comprou tanto insenso. Vocês já repararam o número de lojinhas vendendo artigos místicos como se multiplicaram? E lojas bacanas que vendem almofadas indianas, insensos importados, porta-insensos charmosos, elefantinhos para pindurar no teto e dar sorte? Arquitetos que dão consultoria de Feng Shui? E o número de livros e manuais com títulos como: Feng Shui e o Amor, Feng Shui no Escritório, Feng Shui em Casa?...E o número de revistas lançadas nestes últimos tempos na linha da revista Bons Fluídos? E os sininhos de vento nas janelas dos apartamentos para atrair bons fluídos? E a busca por limpezas espirituais? E a apometria quântica para limpar energias densas? E os grupos de homens que se reúnem para resgatar valores tribais?

Até um tempo atrás se um empresário nos disesse que iria investir numa fábrica de velas em plena virada do século, todos diríamos que ele estava completamente louco. No entanto, nunca se vendeu tanta vela nestes anos 2000 cheios de novas tecnologias. É o paradoxo do século: tecnologia e misticismo juntos. O que o americano James Rosenfield já chamava nos anos 90 de "a febre do milênio".

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