sábado, 26 de maio de 2007

Quanto mais tecnologia, mas necessidade temos do contato pessoal.

O escritor americano John Naisbitt lançou em 99 um livro chamado High tech, high touch. Pra mim, um clássico que marcou a década de 90. Quem me conhece sabe o quanto trabalhei com essa tendência em meus planejamentos de marca no início dos anos 2000.

Mas nada mais atual ainda do que essa constatação do grande paradoxo que vivemos entre a necessidade de comprar alta tecnologia e a imensa necessidade de resgatarmos laços e vínculos humanos e, quem sabe, fugir da tecnologia.

O paradoxo é que acabamos todos presos num emaranhado de equipamentos: laptops, celulares, notes, palms, mp-3, mp-4 e toda sorte de quinquilharia tecnológica recém lançada para facilitar a vida. E, na verdade, passamos a ficar muito estressados com o que todas essas coisas nos obrigam a fazer para mantê-las funcionando e o quanto elas se tornam invasivas, chatas e enlouquecedoras em nossas vidas.

Quando compramos tudo isso é para que possamos ver e-mails em qualquer lugar, para que nos achem a todo instante, para que possamos fazer qualquer coisa como dirigiar, correr, ir a festas ou reuniões escutando música, tirando fotografias e lendo mais e-mails. Tudo isso pra facilitar a vida! No entanto, passamos a ficar estressados com o número de e-mails que nos mandam e com a neurose de tê-los a nos perseguir na mesa do restaurante, nas reuniões, no passeio de final de semana ou no banheiro!

A constatação é que quanto mais tecnológica a sociedade, mas valorizamos o contato pessoal, o olho no olho, o toque humano. As empresas que prestam serviços ainda não descobriram que o consumidor quer tudo o que a tecnologia possa nos dar para nos atender 24h por dia, mas ao mesmo tempo ninguém quer ficar refém das máquinas de atendimento. Ainda é preciso e cada vez mais valorizada a voz do outro lado da linha, mesmo que seja para brigarmos e descarregar nossa raiva num momento ruim. Ou para ouvirmos uma explicação, mesmo que seja a mais esdrúxula possível. Mas precisamos.

Você sabe o quanto é infernal falar com um menu eletrônico de banco, às 23h, quando você precisa resolver um problema e nenhuma das opções oferecidas é a que você precisa naquela hora.

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