sábado, 7 de abril de 2007

O varejo e o consumidor debilóide

Nem todo mundo vai concordar comigo, mas às vezes eu penso que o varejo trata o consumidor como debilóide na comunicação. Se não, vejam alguns pontos comuns em todo o varejo: (1) Toda informação colocada no vídeo (preço, condição, vantagens) precisa também constar no áudio, ou seja, partimos da ideia de que ele não vai ler aquelas enormes letras e números na tela da TV. (2) Toda oferta também precisa ser repetida mais de uma vez no vídeo e no áudio. Aparece o produto, por tanto, em tantas vezes e o áudio diz: "é isso mesmo" e repete tudo de novo!. Aqui, partimos da idéia de que o consumidor é mesmo um debilóide que nunca consegue entender de primeira. Além da gente falar e escrever na tela para ele, precisamos fazer isso sempre mais de uma vez para o idiota realmente entender. (3) Precisa gritar bastante se não ele não vai achar que é uma boa oferta. Se a gente fizer o áudio no tempo normal ele não vai achar que é promoção. Achamos que ele só entende-promoção-que-grita-tudo-muito-rápido-porque-aí-ele-vai-saber-que-é-realmente-promoção. (4) Da mesma forma que todo o preço, condição ou vantagem precisa entrar e sair do vídeo com um zumbido irritante, apito ou barulho eletrônico idiota tipo (zum!, plun!, toin!, plac!, tum!). (5) Por último, o comercial precisa ter cores as mais gritantes possíveis para chamar muuuuuiiiiiiiiiiito a sua atenção, já que você além de debilóide também é distraído vendo TV. Faz décadas que o varejo se comunica assim.

A conclusão que eu chego é que todos acreditam que se não for dessa forma não é varejo. E, ficou todo mundo novamente igual e de um igual muito ruim. O mercado parte da idéia de que para ser competitivo (barato) precisa ser repetitivo, sem imaginação, feio e chato. Paradigma? Preguiça? Não sei. Mas, será que não existe outra forma? Ou será que ninguém ainda teve coragem de mostrar produto, preço, condição e vantagem de forma mais inteligente?

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